a coragem de mudar de willy pasini e donata francescatoXXIII
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MODELO PSICO DINAMICO PSICANALÍTICO: PESQUISA NO PASSADO
Patrizia tem trinta anos e entrou em crise alguns meses depois do nascimento da filha. O parto, que nos descreve até ao pormenor, foi vivido como uma espécie de pesadelo cheio de sofrimentos. A anestesista afadigou se a administrar lhe a anestesia epidural. O trabalho de parto prolongou se para alem do previsto, e foi necessário aplicar a ventosa á cabeça do recém-nascido. Patrizia teve a sensação de ser «esvaziada», ferida na sua integridade do seu corpo. Tal atitude de fortes tons dramáticos, caracterizada por medos exagerados e incompreensíveis aparece, também nos meses seguintes, durante os quais Patrizia teme a morte repentina da sua filha cujo funeral imagina. Num sonho vê a água da banheira inundar o apartamento, causando a morte de toda a família por afogamento. Perante a repetição destes pesadelos angustiantes dominados pela presença da morte, optamos por uma psicoterapia de crise: assim tornou-se claro que o parto, em si difícil, despertou velhos traumas e antigos lutos. Ela conta a história de um irmãozinho que morreu logo depois de ter nascido e do falecimento da mãe, ocorrido quando ela tinha apenas oito anos; além disso a longa doença tornou essa figura ausente pouco disponível. Patrizia está agora convencida de não ser capaz de educar a filha, tal como aconteceu com a sua mãe.