a coragem de mudar de willy pasini e donata francescato XX
Coisas Lidas
Aumentou a duração da existência: vivemos, de facto, mais tempo que os nossos avos. Alem disso, a media de horas dedicadas ao trabalho diminuiu, em favor do tempo livre. E, no entanto, paradoxalmente, muitos têm a sensação de viver dominados pela pressa. Isso deve-se em parte, ao desfasamento cada vez mais acentuado entre o tempo social e o tempo biológico. Aumenta o número dos anos dedicados ao estudo, e a autonomia em relação á família é alcançada cada vez mais tarde.
Muitas mulheres tendem, de facto, a adiar o casamento e a maternidade primeiro para estudar, depois para se dedicar á carreira, e chegam aos trinta quarenta anos desejando ardentemente um filho que não chega. Portanto para um número crescente de mulheres, o tempo psicológico de crescimento pessoal já não corresponde ao relógio biológico. Também a idade da adolescência como que se «dilatou. O escritor Pietro Citati recorda que este propósito que «em tempos as pessoas se tornavam adultas muito depressa. Dantes era preciso atravessar a infância com a velocidade de um relâmpago, consumi-la, não demorar nas brincadeiras, aprender rapidamente, tornar-se adulto. Agora, pelo contrário, os jovens levam mais tempo a crescer, não desejam entrar na vida adulta, que talvez os amedronte. E o demorar no caminho, que conduz da juventude á maturidade, parece será última tentativa para se oporem á cultura da pressa e a uma sociedade dominada pela urgência.