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Jun07
Parte II Conta corrente de Virgílio Ferreira lido em 1995/96
AnnaTree
Coisas lidas
(...)
Quando se dão dois beijos é sinal de amizade; quando se tem amor, dá-se só um. O amor é exclusivista ou concentrionário.
(...)
De noite caiu uma carga de água. Ouvia-a no quente da cama com o prazer imaginativo de poder estar a apanhar chuva – e não estar.
(...)
O medo de se ser livre cria o orgulho de se ser escravo.
(...)
O Jogo do amor é um jogo de forças. Quanto mais se ama mais fraco se é.
(...)
Deslumbra-me um grande palácio. Mas eu prefiro viver numa casa pequena.
(...)
As nossas relações nunca se estabelecem com “ eu “ dos outros, mas com o que está para cá dele – a simpatia, o humor, a prestabilidade e o mais. Ou o inverso. Todas as nossas relações se referem a segunda (ou terceira) camada de nós. Nós nunca podemos amar alguém por ela própria, mas por aquilo que o manifesta; as qualidades que tem. Há só uma situação em que tentamos atingir o “eu” é quando fazemos amor.
(...)
Com o frisson que o meu acidente provocou nos meus amigos, a minha obrigação era ter morrido. Assim devem sentir-se frustrados.
(...)
Pode amar-se uma mulher feia, mas só se admira, como mulher, uma mulher bela...
(...)
A modéstia, por exemplo, é normalmente uma prova de imenso orgulho.
(...)
O suicídio mostra coragem em enfrentar a dureza da morte ou cobardia em fugir a dureza da vida?
(...)
O problema da morte, não sendo problema para o adolescente, é-o para o adulto, porque então a morte está diante dele. Mas na velhice ela está em nós. E o único sitio onde se não vê uma coisa é essa coisa.
(...)
Toda a gente constrói uma pessoa artificial de si e é com ela que se estabelecem todas as relações.
Quem identificasse uma pessoa artificial com a natural seria um monstro. Ela não caberia sequer numa cadeia, nem talvez num manicómio. Só seríamos verdadeiramente nós num cemitério. Mas aí não estamos nós, mas uma porção de estrume.
(...)
Para se ver bem seja o que for, é preciso fechar os olhos.
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Quando se dão dois beijos é sinal de amizade; quando se tem amor, dá-se só um. O amor é exclusivista ou concentrionário.
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De noite caiu uma carga de água. Ouvia-a no quente da cama com o prazer imaginativo de poder estar a apanhar chuva – e não estar.
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O medo de se ser livre cria o orgulho de se ser escravo.
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O Jogo do amor é um jogo de forças. Quanto mais se ama mais fraco se é.
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Deslumbra-me um grande palácio. Mas eu prefiro viver numa casa pequena.
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As nossas relações nunca se estabelecem com “ eu “ dos outros, mas com o que está para cá dele – a simpatia, o humor, a prestabilidade e o mais. Ou o inverso. Todas as nossas relações se referem a segunda (ou terceira) camada de nós. Nós nunca podemos amar alguém por ela própria, mas por aquilo que o manifesta; as qualidades que tem. Há só uma situação em que tentamos atingir o “eu” é quando fazemos amor.
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Com o frisson que o meu acidente provocou nos meus amigos, a minha obrigação era ter morrido. Assim devem sentir-se frustrados.
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Pode amar-se uma mulher feia, mas só se admira, como mulher, uma mulher bela...
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A modéstia, por exemplo, é normalmente uma prova de imenso orgulho.
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O suicídio mostra coragem em enfrentar a dureza da morte ou cobardia em fugir a dureza da vida?
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O problema da morte, não sendo problema para o adolescente, é-o para o adulto, porque então a morte está diante dele. Mas na velhice ela está em nós. E o único sitio onde se não vê uma coisa é essa coisa.
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Toda a gente constrói uma pessoa artificial de si e é com ela que se estabelecem todas as relações.
Quem identificasse uma pessoa artificial com a natural seria um monstro. Ela não caberia sequer numa cadeia, nem talvez num manicómio. Só seríamos verdadeiramente nós num cemitério. Mas aí não estamos nós, mas uma porção de estrume.
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Para se ver bem seja o que for, é preciso fechar os olhos.