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Jul07
Parte VI Conta corrente de Virgílio Ferreira lido em 1995/96
AnnaTree
Coisas lidas
A memória visita-me, mas não lhe abro a porta. Sei tudo o que me traz, porque a memória é a recordação mais na comoção que vem nela e ás vezes a ultrapassa e supera e reduz.
(...)
Ser tudo o que me traz, não vale a pena saber de novo.
Estou só, a casa deserta (...) há um novo ano que começa, que vai ele recomeçar em mim?
(...)
Está uma tarde calma e silenciosa, sem o rumor sequer da tempestade que passou. Nesse balanço eu oscilo entre mim e o princípio. Deus vai de novo erguer a mão, o destino, pressinto-o, vai erguer o seu gesto augural de me sangrar a fronte.
Quieto, sem alvoroço, aguardo que me desça sobre ela o frio do seu dedo. Terei ainda de cumprir uma confraternização em casa dos C... Mas o que levarei daqui é só a fracção funcional de mim para colaborar no que está estabelecido. Porque a outra, que ás vezes também se diverte e entra no jogo, não irá. Ficará aqui atenta a si, á gratidão que lhe coube.
A memória visita-me, mas não lhe abro a porta. Sei tudo o que me traz, porque a memória é a recordação mais na comoção que vem nela e ás vezes a ultrapassa e supera e reduz.
(...)
Ser tudo o que me traz, não vale a pena saber de novo.
Estou só, a casa deserta (...) há um novo ano que começa, que vai ele recomeçar em mim?
(...)
Está uma tarde calma e silenciosa, sem o rumor sequer da tempestade que passou. Nesse balanço eu oscilo entre mim e o princípio. Deus vai de novo erguer a mão, o destino, pressinto-o, vai erguer o seu gesto augural de me sangrar a fronte.
Quieto, sem alvoroço, aguardo que me desça sobre ela o frio do seu dedo. Terei ainda de cumprir uma confraternização em casa dos C... Mas o que levarei daqui é só a fracção funcional de mim para colaborar no que está estabelecido. Porque a outra, que ás vezes também se diverte e entra no jogo, não irá. Ficará aqui atenta a si, á gratidão que lhe coube.