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Arvore De Letras

Coisas lidas,ouvidas,cantadas, declamadas,faladas,escritas

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Coisas lidas,ouvidas,cantadas, declamadas,faladas,escritas

05
Fev07

Sobre o aborto

AnnaTree
Coisas lidas...
 
Sempre que uma pessoa adulta faz consciente e voluntariamente um mal a uma criança, manifesta que não é senão lixo humano. Independentemente de esse adulto ser homem ou mulher, rico ou pobre, famoso ou desconhecido, poderoso ou não. Independentemente do que diga qualquer lei que os homens façam.
A gravidade de um mal que se faça será maior sempre que a vítima for mais inocente e mais indefesa. E matar é o pior de todos os males, porque ao tirar a vida a alguém se lhe tira, com ela, todos os outros bens.
O início da vida humana é uma questão pacífica. Na comunidade científica não existe nenhuma polémica sobre este assunto. A vida começa no momento da concepção, conforme se aprende em todos os livros de medicina de todas as universidades do mundo. Qualquer mulher grávida sabe que tem dentro de si o seu filho, que é habitada pela presença de um outro ser. Nenhum saber humano, da biologia à filosofia, passando pela experiência, chega a uma conclusão diferente.
O aborto é bastante mais grave do que o que se fez nesses casos infelizes que referi no início. O feto nem sequer pode gritar ou tentar fugir. É mais indefeso. E é mais inocente: não teve nem mesmo tempo para dizer uma pequena mentira, para partir um copo, para uma birra, para tentar escapar-se a lavar os dentes antes de dormir.
É bom que nos sintamos tocados pelo sofrimento de outras pessoas. Pelo das mulheres que têm dentro de si um filho que não desejam, evidentemente. Tal como pelo dos que estão doentes, dos que perderam um filho, dos que não podem ter filhos, dos que perderam a mãe, dos que não vêem, dos que não andam, dos que não se mexem...
Mas não é admissível permitir que os sofrimentos de alguém, ou outros interesses seus, se resolvam com a morte de uma pessoa inocente.  A civilização cresceu sobre o fundamento de que isso não deve nunca ser feito. Só assim os homens se juntaram e fizeram aldeias e cidades e países. Só assim se associaram a outros homens em vez de se juntarem a lobos.
A humanidade uniu-se para se libertar de Hitler. E condenou o seu pensamento de suprimir os seres humanos "inconvenientes", que incluía o aborto. E declarou solenemente: "A criança, dada a sua imaturidade física e mental, precisa de protecção e cuidados especiais, incluindo protecção legal apropriada, tanto antes como depois do nascimento". (Declaração dos Direitos da Criança - aprovada em Assembleia Geral da ONU em 20.11.1959, sublinhado meu).
(...)
Há uma coisa em que nunca se deve tocar: a vida do inocente. Os problemas devem resolver-se sem tocar no intocável, para que a civilização continue.
Certamente, assim dará mais trabalho; mas para isso temos a inteligência e a capacidade de amar. Possuímos capacidades maravilhosas: somos capazes de minorar sofrimentos, de fazer nascer sorrisos, de tornar becos sem saída em alamedas floridas. Basta que não nos contentemos com andar pelo mundo olhando apenas para nós mesmos, dirigindo todos os nossos gestos para o nosso umbigo.
 
(Paulo Geraldo)
02
Fev07

A VOLTA AO ESPELHO

AnnaTree
 COISAS LIDAS....
Há profissões que já atingiram o nível de mitos: toda agente tem um primo que conhece um amigo que apanhou um táxi no aeroporto de Lisboa e acabou em Almeirim, assaltado, meio nu e sem malas (...) ou o clássico dos clássicos: quem não ouviu falar daquele funcionário da repartição de finanças que é capaz de maltratar o contribuinte torturando-o a preencher o formulário A-25 em harmonia com o B-1852 que deve ser comprado na tesouraria no andar de baixo em menos de quinze minutos e sem perder o lugar na fila para a caixa? Pois é.
(...)
Funcionários públicos, bancários, taxistas, professores, enfermeiros, lojistas e secretarias: o gamanço, a arrogância, o absentismo, a negligencia, o descuido, a mentira e a preguiça.
 
(...)
Porque esta gente está ali para nos servir, a nós, que para isso pagamos. Os que estão do outro lado, detrás do balcão não tem mais que fazer que nos satisfazer docilmente, com um sorriso nos lábios e até amanhã se Deus quiser.
Ouvindo sentenças populares até parece que Portugal está composto maioritariamente por pescadores, agricultores, mineiros, operários fabris e demais agentes dos sectores primário e secundário. Como se o terciário, que engloba ninharias como o comercio, os hotéis, os transportes, as telecomunicações, a educação e até o governo, fosse uma miragem longínqua e alheia a nós. Chega a ser cómico como um pais de prestadores de serviços, uma terra que consome a riqueza que outros recolhem da terra, um pais que quase esqueceu o significado da palavra manufacturar, se vire contra si próprio desta maneira. Porque tirando quatro intelectuais que nunca saem de casa e os vinte pastores em vias de extinção que habitam as serras pátrias, somos todos peças da classe terciária. Quase todos servimos alguém.
(...)
E a senhora, professora de liceu, quantas vezes teve vontade de mandar á merda os progenitores dessas adoráveis criancinhas que a torturam, eles que juram ante Deus e a bandeira que os filhos nunca fumaram um charro mesmo tendo sido apanhados dez vezes pela polícia?
Defina-os sem medo. Pois é: uns  arrogantes, que pretendem que os professores exerçam de pai, mãe, Madre Teresa de Calcutá e de santa casa da misericórdia, se for caso disso; uns irresponsáveis e uns imaturos.
POR RITA BARATA SILVERIO LIDO A 4 FEVEREIRO 2005 DNA

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