Chefes Brutais parte II
Chefes brutais
Principais traços da sua personalidade







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Coisas lidas
Principais traços da sua personalidade
Controlador – não confia em ninguém.
Está convencido de que todos os subordinados são ineptos ou, no mínimo, não tão bons quanto ele. Quer ter a primeira e a última palavra sobre tudo, chama a si todos os detalhes, bloqueia toda a iniciativa individual. Não se preocupa em disfarçar. Fala na cara das pessoas e de quem mais estiver á volta – desde que não seja um superior.
Dominador – ser chefe, para ele, significa dar ordens, impor a sua vontade e exigir obediência. Quer e pratica o domínio pela contundência. Vê nas pessoas objectos á sua disposição.
Inflexível – não admite erros. Não muda de opinião, salvo por decisão própria. Não ouve argumentos contrários. Não tolera alterações, mesmo positivas, no cumprimento dos seus decretos.
Obscuro – não consegue instruir os seus subordinados com clareza a respeito de como, na prática, resolver tarefas ou não tem interesse nisso. Fala, e muito, que quer as coisas assim ou assado, mas é incapaz de demonstrar as acções necessárias para executar as suas ordens.
Agressivo – a sua agressividade não é dirigida para coisas produtivas. Em compensação, acerta sempre no alvo quando este é um subordinado. Diante de um superior torna-se um cordeirinho.
Teimoso – é pouco receptivo á influência. A conversa com ele é sempre difícil: por melhores que sejam os argumentos, não dá o braço a torcer. Simplesmente acaba com a conversa dizendo: «eu prefiro assim e é assim que vai ser.»
Autoritário – dificilmente pede alguma coisa. Só manda: «faça isso! Traga-me aquilo! Venha cá!»
Manipulador – utiliza, para os seus objectivos individuais, as pessoas sobre as quais exerce autoridade. Põe umas contra as outras, aproveita-se dos seus defeitos e leva-as a fazer coisas que quer ver feitas, mas cuja responsabilidade não quer assumir.
dedicado á egodependente pq a tristeza é viciante e é preciso contrariar!
Coisas que me mailaram
Num exame do Secundário, uma questão de Química:
- Qual a diferença entre Solução e Dissolução?
Resposta de um aluno:
- Colocar UM qualquer político num tanque de ácido para que dissolva é uma Dissolução. Colocar TODOS é uma Solução.
Coisas lidas
Esta crónica era para ser outra coisa mas sucede que de repente, ao principiar a escrever Angola me veio com toda a força ao corpo. Desculpem: ia dar-vos uma história que se chamaria Emília e umas noites e Angola, sem eu saber porque, veio-me com toda a força ao corpo. Não sei explicar bem: já não me acontecia há muitos anos, julgava-me livre, julgava-me numa certa paz e estou a mexer a mão sobre o papel com tanta pressa e tanta raiva eu que faço tudo devagar, principalmente para desenhar as palavras, eu que não vou corrigir nem uma sílaba, nem uma virgula, nem reler isto sequer . (eu que releio tanto, meu Deus!) Porque é insuportável sentir que Angola me veio com toda a força ao corpo. Não vou ter humor nem ser inteligente nem subtil nem terno nem irónico. Angola veio-me com toda a força ao corpo, custa muito; e o Macaco, o condutor, acaba de morrer de uma mina no Ninda: o Ernesto Melo Antunes estava lá e lembra-se. Perguntem-lhe a ele que se lembra. Pus a mão no peito do Macaco e não havia peito, e no entanto nem uma gotinha de sangue. No Ninda sob os eucaliptos um soldado que foi buscar água ao rio deitado na areia á minha frente. Apenas isto. Este foi o primeiro apenas. Podia relatar-vos muitos outros. Podia relatar-vos coisas horríveis absurdas, cruéis ao ponto de ter vontade de não escrever a palavra escuro só que Angola me veio com toda a força ao corpo e eu acuso a guerra de ter mudado a minha vida. É difícil entender mas eu não estava preparado, era novo demais se calhar é-se sempre novo de mais. Percebam: eu não merecia aquilo. Falo por mim: não sabia como aquilo era e ao saber como aquilo era compreendi que não merecia aquilo. Como não mereço isto hoje dia 1 de Setembro, dia dos meus anos em que Angola me veio com toda a força ao corpo. Aos que se interessam pelo que escrevo peço desculpa: ia dar-vos uma crónica chamada Emília e uma noites: pensei nela, tinha-a mais ou menos na cabeça (tanto quanto se pode ter um texto na cabeça visto que depois o texto toma conta da cabeça e faz-se conforme ele, texto, entende) Achava que vocês iam gostar e todavia não consigo: há tanta coisa em mim, tanta metralhadora, tanto morteiro, tanta horrível miséria. Para a próxima garanto que faço os possíveis por vos dar uma crónica como vocês gostam. Hoje não posso: é o dia dos meus anos e Angola veio-me com toda a força ao corpo. Depois de uma paz comprida, depois de imenso tempo de sossego. Claro que passa, claro que amanhã já estou melhor, os eucaliptos da Ninda desaparecem, tenho de novo a minha idade de agora, deixo de estar no armazém da companhia (o armazém era um barraco) A olhar os caixões e a pensar qual deles iria ser o meu. Lê-se que a guerra estava controlada em Angola, a guerra estar controlada em Angola: a guerra estar controlada era eu contar os mortos. Se calhar não foram muitos: para mim foram demais. Se calhar a guerra estar controlada tem que ver com um número reduzido de cadáveres: a merda é que eu os vi. Os conhecia. Costumava falar com eles, essas perdas insignificantes. Eu próprio sou uma perda insignificante a falar de perdas insignificantes. Um colega médico explicava assim a desordem e a ineficácia dos bancos de urgência dos hospitais - O doente entrou bem, depois sobreveio-lhe o banco e morreu. Eu também entrei bem: depois sobreveio-me a guerra e. Há tempos, almoçando com o Capitão disse-lhe: - Nunca vi ninguém tão corajoso debaixo de fogo como você a passear de lanterna acesa no meio dos abrigos E ele olhou para mim uma data de tempo - Sabe? É que as vezes apetecia-me morrer. Entendem um bocadinho melhor agora? Foi há vinte e quatro anos caramba. Em 1971. É aborrecido fazer e receber Angola de presente. Eu sei que vocês não têm nada com o assunto e como nunca viram rapazes mortos sob os eucaliptos do Ninda muito menos têm de pagar as favas disso. Perdoem: a próxima crónica será como se habituaram a que seja. Hoje não sou capaz. Tinha pensado numa coisa bem gira chamada EMILIA e uma noites e agradeço-vos a pachorra de aturarem por tabela Angola com toda a força no meu corpo. Para mais isto deve estar uma porcaria porque nunca na vida escrevi nada tão depressa. Mas agora pergunto: será que se consegue soltar um grito devagar?
Coisas lidas
A VIDA NUM ESPANTALHO POR EDUARDO SÁ 18/072004 NOTICIAS MAGAZINE
1. As pessoas só se «armam» em crescidas porque lhes falta alguém junto de quem possam, sem vergonha, continuar pequeninas á vontade. É por isso que, por fora continuam a crescer enquanto, por dentro, se portam mal (como não o faziam quando eram crianças).
(...)
Se a infância delas tivesse sido de algodão doce não precisavam – acreditem – de crescer em bicos de pés para espantar as suas dores infantis.
2. É por se sentirem desamparadas diante da vida, que as toma de surpresa, que as pessoas se tornam assustadiças quando a vivem. Sentem que o coração arranha, sempre que palpita mais depressa, como se tudo o que comove as desmanche e desarrume. O sentimento de pequenez ora as enternece, quando percebem que o perderam, ora as assusta, quando o sentem a prende-las aos seus medos, de pequeninas, que queriam espantar. Será por isso que não se movem para os outros. Como se só conseguissem imaginá-los como personagens que renovam, unicamente todos os seus medos infantis (e, quase nunca, pudessem arejar as suas dores para que, a partir delas se desse um novo começar.
3. Muitas pessoas transformam a vida num espantalho. De cada vez que espantam os medos ficam mais presas a eles. É por isso que, sendo grandes, se sentem (por dentro) desamparadas. Mais, ainda, porque já perceberam que amar é sermos pequeninos....e o melhor do mundo, ao mesmo tempo.
(aliás, amar é podermos ser mais do que pequeninos. É sermos de colo, outra vez). E, em vez de espantarmos as dores, encontrarmos quem espante em nós essa ambição tola de crescer por fora, sempre que o coração arranha (logo que palpita mais depressa como se tudo o que comove desmanche e desarrume
Coisas lidas
A MULHER ÁRVORE
Palmira Sousa foi, durante quase meio século, a fantástica figuração de uma árvore de pé descalço a caminhar no Porto; tronco dobrado sob o molho de carqueja.
«A primeira vez que fui presa por pé descalço, muito chorei. Ia com o molho, não tive tempo de me calçar. Ele veio: «está autuada!» «ó senhor guarda, queira
perdoar-me» não perdoou. Palmira teve que desembolsar vinte e cinco tostões de multa de pé descalço.
(…)
Na lufa-lufa penou Palmira, «enganada aos vinte e sete anos», casada pela igreja já com um filho na barriga, boda de casamento á altura desses tempos: «era Inverno, nem tinha o que comer. Duas velhas deram-me vinte e cinco escudos e fui á rua escura comprar duas postas de bacalhau».
A gravidez cumpriu-a a trabalhar. Assim sete vezes, que sete filhos teve do Albertino, falecido aos trinta anos. «Filhos bébezes», não tendo com quem ficar, levava-os no avental «uma mão a segurar as pontas, outra o molho de carqueja» apesar da idade, Palmira guarda na cabeça memória viva, inapagável dos tempos idos. Um sulco, transversal e fundo, um sulco que lhe marca a abobada craniana, a “calvaria” nesta extensa depressão óssea, dorme a tensão demencial da corda que segurava a frondosa copa sobre o seu frágil tronco, mulher arvore de pé descalço a caminhar no Porto, a caminhar no Porto
Lido no noticias magazine 1 Dez 2002
Coisas lidas
Não, por principio. As pessoas que dizem sempre que não a tudo e a todos revelam pouca alegria e, quase sempre, sinais depressivos. Quem não tem vontade de nada ou está convencido de que não vale a pena investir, arriscar e esperar, está a negar a sua própria existência.
Baixar os braços, não fazer projectos, não acreditar em si mesmo e nos outros e não mudar nada, porque nada fará realmente a diferença, é o mesmo que desistir. Estas pessoas têm pouca auto estima e acham que, por definição, nada na sua vida pode correr especialmente bem. Daí a desistência. Como interiormente não esperam nada ou temem sempre. O pior, preferem não tomar decisões e deixar o tempo passar. Na verdade passa-lhes quase tudo ao lado.
Não, por oposição. Sempre que alguém diz sim, o impulso imediato é contrariar e dizer não. Acontece a muitos ter esta tentação de se opor a tudo.
Opõem-se ás iniciativas dos outros; opõem-se ao bom humor dos que os rodeiam; opõem-se aos desejos e necessidades daqueles que dependem de si e opõem-se militantemente a tudo. Ou quase.
Poderíamos dizer que este comportamento se resume numa frase simples: oponho-me, logo existo. Na realidade este é o comportamento clássico entre os 18 meses e os dois anos, em que as crianças se opõem aos pais para de alguma forma, se autonomizarem. Quando a atitude perdura na idade adulta, é mau sinal. Quer dizer que estas pessoas têm sérias dificuldades com os seus desejos de autonomia e como não conseguiram afirmar-se de maneira positiva perante os pais, os professores e os amigos acabam por se proteger e autonomizar pela negativa. Usam o não como uma armadura. Não se deixam ferir mas ferem os outros.
(...)
Sim, mas... adorava poder sair logo á noite, mas não sei se posso. Gostava de ler mais mas não consigo ter tempo. Vou arrumar os papéis mas não é hoje. Quero casar contigo mas tenho medo. Aposto em mm mas falta-me a confiança. Muitas pessoas que dizem sim, mas... denunciam uma tendência para se fazerem infelizes. Este sim, mas... quer dizer quase sempre que as pessoas não arriscam, não acreditam profundamente nas suas capacidades e preferem gerir, a frustração e contar sempre com dificuldades. Este desejo, inconsciente de se sentirem infelizes traduz um outro desejo, mais ou menos consciente, de mostrar a sua impotência perante as situações e de encontrar soluções para elas. Dizendo que sim, mas... estão sempre salvaguardadas aos seus próprios olhos mas... não aos dos outros.
(...)
Sim, por constrangimento. Estes são aqueles que se sentem incapazes de dizer não e acabam por dizer sim mas, quase sempre, sem convicção. Contrariados, ainda por cima. Desconfortáveis interiormente com esta incapacidade de delimitar o seu território e facilmente irritados com os outros por se revelarem invasivos.
(...)
Oferecem-se para ajudar quando são elas que precisam de ajuda.
(...)
Inspiradas pelo medo de magoar os outros, de parecer egoístas ou indisponíveis, estão presos a uma voz interior muito severa que as impede de agir e reagir em função dos seus verdadeiros interesses. Ajudam os outros mas desajudam-se a si mesmos.
Texto de Laurinda Alves. Verdades inspiradas num artigo da revista Psycologies de Março 2003 assinado por Isabelle Taubes
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