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Arvore De Letras

Coisas lidas,ouvidas,cantadas, declamadas,faladas,escritas

Arvore De Letras

Coisas lidas,ouvidas,cantadas, declamadas,faladas,escritas

29
Set08

ESTE É O MEU CORPO DE FILIPA MELO parteIII

AnnaTree

Coisas lidas

(...)
Uma autópsia é como um nascimento. Nunca se repete. Tal como nunca se descasca pela segunda vez uma laranja.
(...)
Autos opsis. Grego. Exame de si próprio. Ver por si mesmo, com os seus próprios olhos, sem intermediários. Ver, ouvir, cheirar, palpar. Usar todos os sentidos com um só fim.
(...)
Já no ultimo ano de curso, fui sozinho até ao Instituto Medicina Legal para assistir á minha primeira autopsia. Minha? Sim, minha faz sentido. Porque desde então cada cadáver que vejo é como um espelho que me põem á frente, e que me lança aos gritos , imobilizado na maca elevatória: «olha a tua morte. Olha-a de frente porque a seguir és tu. Não tentes fugir. Esquece este sangue e este corpo. O que interessa sou eu. E eu não me esqueço de ninguém. Nem de ti quando chegar a tua hora»

 

26
Set08

ESTE É O MEU CORPO DE FILIPA MELO parteII

AnnaTree

Coisas lidas

(...)
Manter intocável mas vivo um mundo que sabe que já está morto.
(...)
Todas as mortes são violentas. Sobretudo para os que cá ficam.
(...)
Morre-se e recomeça-se tudo. Fecha-se o ciclo, abre-se outro. Tal como acontece com os sapatos e as roupas que conservamos durante anos por vergonha de lhes decretarmos o óbito. Até que um dia ganhamos coragem e nos despedimos deles para na manhã seguinte já nem sequer nos lembrarmos de que alguma vez existiram. É assim também com os mortos. Um caso de gestão de espaço. Uma arrumação. Um alivio. Uma passagem.

 

24
Set08

ESTE É O MEU CORPO DE FILIPA MELO parteI

AnnaTree

Coisas lidas

 

“hic locus est ubi mors gaudet succurrere viate (este é o lugar onde a morte se regozija de ensinar aqueles que vivem)
Inscrição patente numa sala de autopsias
(...)
Fora ensaiando um choro que faz desaparecer os olhos e os recolhe até ao centro até ao centro da alma. Chorara ao ritmo dos passos, a mão esquerda no bolso a chorar também mas em suor quente, a direita a seguir o enxugar das lágrimas.
(...)
Rodeou o pequeno corpo com os braços e suportou-o junto ao peito, acertando o bater dos corações.
(...)
No fundo, agrada-lhe passar o pano húmido pelos vidros da frente, ver a sujidade a cair, negra, na agua do balde, ou a escorrer pelo chão, até que a agua da mangueira caia branca, tão branca que lhe lava a alma e o faz imaginar-se a escorrer também, limpo, pelo ralo.

 

23
Set08

Patrizia Laquidara - Noite è Luar

AnnaTree

esta musiquinha tão calma encontrei-a no filme manual de amor que vi recentemente em casa.

no filme diz uma coisa curiosa que dá que pensar:

« está provado cientificamente que uma paixão dura 3 meses....um amor tres anos.... »

e eu recordei as sabias palavras socraticas(do filosofo) que dizia que devemos casar somente com um amigo(a)uma amizade...essa pode durar mto tempo....

22
Set08

Canção do Amor Sereno

AnnaTree

Poetando....

Vem sem receio: eu te recebo
Como um dom dos deuses do deserto
Que decretaram minha trégua , e permitiram
Que o mel de teus olhos me invadisse.

Quero que o meu amor te faça livre,
Que meus dedos não te prendam
Mas contornem teu raro perfil
Como lábios tocam um anel sagrado.

Quero que o meu amor te seja enfeite
E conforto, porto de partida para a fundação
Do teu reino, em que a sombra
Seja abrigo e ilha.

Quero que o meu amor te seja leve
Como se dançasse numa praia uma menina.
LYA LUFT ;

 

19
Set08

Tão Sutilmente

AnnaTree

Coisas declamadas
Tão subtilmente em tantos breves anos
Foram se trocando sobre os muros
Mais que desigualdades, semelhanças
que aos poucos dois são um, sem que no entanto
deixem de ser plurais:
talvez as asas de um só anjo, inseparáveis.
Presenças, solidões que vão tecendo a vida,
O filho que se faz, uma arvore plantada,
O tempo gotejando no telhado.
Beleza perseguida a cada hora, para que não baixe
O pó de um cotidiano desencanto..

Tão fielmente adaptam-se as almas destes corpos
Que uma em outra pode se trocar,
Sem que alguém de fora o percebesse nunca.

LyaLuft

Pág. 1/3

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