Coisas lidas
Historias e Lendas(em poesia)
Num jardim encantador
Cheio das flores mais belas,
É que nasceu malmequer,
Perdido no meio delas.
Tinha o jardim violetas
Entre folhas escondidas,
Tinha cravos perfumados,
E as papoulas garridas.
Tinha junquilhos,azáleas,
Tinha gerânios e rosas,
Tinha todas as flores,
As feias e as formosas.
Até lá nasceu arruda
Que é feia e detestada,
E ao pé dela, uma angélica
Toda fresca e perfumada.
Algumas só com o sol
É que se erguiam belas,
Outras ,então, só abriam
Á linda luz das estrelas.
Uma há que a madrugada
Risonhamente inflora,
É azul da cor do céu,
E só abre quando é noite.
Quando orvalha o jardim
Tem aspectos interessantes,
Parecem flores toucadas
Por milhões de diamantes.
Viviam todas as flores
Em completa harmonia.
Nunca lá houve tristeza,
Reinava sempre alegria
Mas um dia o malmequer
P’la rosa se apaixonou
E a guerra entre as flores
Bem depressa começou.
O cravo , havia já muito,
Que também fora ferido
Do amor, e pela rosa
Era já correspondido.
Como eram cautelosos,
No jardim ninguém sabia
Que eles eram namorados,
Que grande amor os unia.
O malmequer, furioso,
Todo cheio de despeito,
Consultou o advogado,
Que era o amor-perfeito.
Ele disse ao namorado;
Conheço bem a mulher,
Ela só costuma amar
Aquele que mais lhe quer.
O malmequer ,radiante,
Cheio de esperança ficou
E disse:- então vou mudar,
Malmequer eu já não sou.
E já todo satisfeito
Para o seu lugar voltou.
Que a rosa olhasse para ele,
Baldadamente esperou.
E cheio de ansiedade
Todo dia ele passou!
Chegou a noite, coitado,
De desespero chorou.
Era já noite fechada
Completa a escuridão;
Sentiu passos , escutou,
Meu deus! Não era ilusão.
Nisto, uma nuvem negra ;
Linda estrela descobriu,
Desgraçado malmequer!
O que o pobrezinho viu...
A rosa em abraço terno,
Ao lindo cravo cingida.
Não sei como malmequer
Não perdeu logo a vida!
Felizmente, que a nuvem;
De novo a estrela velou,
E o pobre do malmequer,
Uma vingança jurou!
Já nasceu a madrugada,,
Como vem doirada e bela!
A sua luz resplandecente,
Paira na rosa amarela.
Como está fresca a rosa,
Tão radiante, tão linda,
Olha malmequer pra ela
E diz-lhe: -eu vivo ainda,
Mas por ti morrer eu vou,
É o teu amor que me mata
Porque é que desprezaste
O meu amor? Oh! Ingrata
E, a si se desfolhou
Sem que a rosa sequer
Ouvisse o que ele dizia:
-bem lhe quero mal me quer.
Passava pelo jardim
A filha do jardineiro.
Chorou, ao ver a flor
Desfolhada no canteiro.
Porque foi que o malmequer
Tão depressa desfolhou?
Ele era ainda tão novo!
O que foi que o matou?
Olhou para o lado e viu
A linda rosa amarela,
E, ao vê-la, descobriu
Que de certo fora ela.
A causadora da morte
Do pobre do malmequer.
E, vai a ela, corta-a,
Vingar o pobre ela quer.
Levou a rosa para casa.
Castigou sua maldade
Não amava o malmequer?
Mas tivesse piedade!
Assim, foi má, o amor
Do malmequer desprezou
Sem sentir dó, mas a filha
Do jardineiro o vingou.
Mª lobão