MA SOLITUDE - SERGE REGGIANI
Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]
A minha mãe foi a primeira imagem que tive de um anjo
Lido com o coração apertadinho de saudades
É COSTUME , Á NOITE, TODAS AS BOAS MÃES, DEPOIS DE O S FILHOS ESTAREM A DORMIR, INSPECIONAREM OS SEUS ESPIRITOS E POREM AS COISAS NO SEU LUGAR PARA AMANHÃ SEGUINTE, COLOCANDO NOS LUGARES PRÓPRIOS MUITAS DAS COISAS QUE ANDARAM DESARRUMADAS DURANTE O DIA.SE PUDESSEM FICAR ACORDADAS ( MAS CLARO QUE NÃO PODEM )VERIAM A VOSSA MÃE A FAZER ISSO E ACHARIAM MUITA GRAÇA OBSERVÁ-LA, É MUITO PARECIDO COM ARRUMAR GAVETAS.VÊ-LA-IAM DE JOELHOS, ALEGREMENTE, ESPERO, DE VOLTA DE ALGUMAS DAS VOSSAS ALEGRIAS, PENSANDO ONDE TERIAM IDO DESCOBRIR AQUILO, FAZENDO DESCOBERTAS MUITO AGRADÁVEIS E OUTRAS MENOS , APERTANDO ISTO CONTRA O ROSTO COMO SE FOSSE UM GATINHO E AFASTANDO, APRESSADAMENTE OUTRA COISA.QUANDO ACORDAM DE MANHÃ, A MALDADE E AS PAIXÕES RUINS COM QUE SE DEITARAM FORAM DOBRADAS E GUARDADAS NO FUNDO DA VOSSA MENTE, E , POR CIMA, LINDAMENTE AREJADOS, ESTÃO ESTENDIDOS OS VOSSOS PENSAMENTOS MAIS BONITOS PRONTOS PARA SEREM USADOS.
dedicado ao amigo R
Coisas lidas
(...)
É como se fosses um primo da mesma idade, perto e distante, com quem nos damos bem e depois deixamos de ver, de quem nos precisamos de afastar para podermos ser nós
(...)
O amor de mãe tem muitas formas, por vezes confunde-se com o simples dever, o que não é a mesma coisa. E qualquer pai só pode esperar amor se o ofereceu e só merece respeito se o ganhou.
(...)
Pergunto-lhe se sabe da história do Freud a esse respeito, diz que não, e eu conto: no final de uma conferencia que deu durante a sua única visita á América, Freud foi interpelado por um dos assistentes mais descontraídos que lhe perguntou se o notório vicio de Freud de fumar charutos não deveria ser também interpretado simbolicamente, ao que o sábio professor respondeu: «sometimes a cigar is just a cigar»
(...)
Toda a gente sabe que a arte é uma forma de magia. O que ninguém sabe é que a magia torna presente o que está ausente, sem que se saiba como. Acontecem coisas sem que se compreenda por que acontecem e, precisamente, o que menos interessa é saber ou compreender. Fascina e arrepia. Eu andei a brincar com coisas que não devia. Percebi tarde que as consequências do que fazia fugiam por completo ao meu controlo, que a partir de certa altura, bem cedo, não era eu que jogava, era eu o jogado.
Coisas lidas
(...)
Talvez por isso procurassem adiar o momento de se verem. Qualquer coisa de perverso, como o prazer retardado. Talvez só o medo que o amor faz por vezes.
(...)
Dois desejos diferentes, uma espera indefinida, duas vidas suspensas. Simples, embora estranha. Ele queria-a cada vez mais sem nunca a ter visto. Nem em fotografia. Estar-se apaixonado por uma pessoa da qual não se tem nenhuma imagem é lindo. Pensava ele. Ela também precisava cada vez mais dele. Das palavras dele, pelo menos das palavras, de mais nada, dizia ela. Talvez da voz também, também dizia. O equívoco crescia e ninguém tinha coragem para nada.
Aguentaram enquanto puderam. Depois encontraram-se. Ninguém sabe porque. Nem eles.
DEDICADO A G.
QUASE GOSTO DA VIDA QUE TENHO
PAIXAO, PEDRO Preço Fnac: 13,95€
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.