The Bear - Film by Jean-Jacques Annaud
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Coisas lidas
b) Patrizia provocou a revolução, mas é incapaz de ir até ao fim. Tem, de facto, um temor evidente da mudança sentimental que, no entanto, solicita. E vez de clarificar a situação, evita encontrar novamente Fausto, invocando desculpas improváveis. Entretanto, até graças ao creme utilizado contra a dor vaginal recomeçou a fazer amor com Conrado que se mostra mais terno que antes e estaria disposto a ter um filho; mas ela começou a tomar a pílula!
Patrizia continua a sobrepor os acontecimentos e a confundi-los, dando quase a impressão de querer ambos os homens. E, no entanto, dado que não tem a capacidade nem a força necessárias para gerir a situação, corre o risco de ficar sozinha. Recomeçou, de facto, a contactar com Fausto, mas através de telefonemas muito vagos. Entretanto, permanece por inércia junto de Conrado, com o qual evita de novo as relações sexuais; satisfá-lo com carícias, pensando no outro homem. É como se Patrizia se encontrasse no meio de um baixio, sem saber em que direcção avançar. Deu um mergulho a partir de uma margem para alcançar a outra, mas talvez não desejasse mesmo atravessar o rio. A impossibilidade de mudar está, nela, disfarçada pela veleidade de mudar, que não significa capacidade de mudar.
Em casos semelhantes, exige-se ao terapeuta muita paciência: deve evitar tomar decisões em lugar da pessoa em dificuldade, ou impeli-la a escolher, por fim, uma das alternativas. E, no entanto, igualmente errado seria deixar que Patrizia se torture na incerteza, enquanto os anos vão passando. Por isso, será essencial mostrar-lhe os aspectos negativos da dependência e as vantagens de um projecto autónomo em relação ao futuro, encorajando-a a querer ser, pelo menos em parte, protagonista das suas decisões.
obrigada toninho pelo video
Coisas lidas
AS PRISOES INTERIORES
DEMASIADO DEPENDENTES
Patrizia vive há cinco anos com um homem que receia o casamento. Ele tem quarenta anos, chama-se Conrado, vem de uma família abastada e gere com os pais uma grande empresa de electrodomésticos. Para além do trabalho, gosta muito de desporto e dos amigos, com os quais passa a maior parte do fim-de-semana deixando-a sozinha em casa. No inicio da sua relação, Patrizia tinha o seu apartamento, mas depois Conrado pediu-lhe para se mudar para casa dele e impôs as» suas» regras de convivência. Ansiosa e frágil, ela sente-se sufocar e já teve mesmo crises de taquicardia. Depois de ter consultado vários médicos, inclusive um cardiologista, dirigiu-se finalmente a uma psiquiatra que a ajudou a ultrapassar as dificuldades mais graves e as fobias. Infelizmente, não ousando opor-se a Conrado com as suas palavras, Patrizia começou a dizer-lhe não com o corpo: desenvolveu, de facto, uma crise de vaginismo, isto é, a contração involuntária dos músculos vaginais, que impede relações sexuais completas levando ocasionalmente a uma castidade forçada
(...)
São evidentes aqui dois mecanismos
a)Existe um conluio, uma cumplicidade inconsciente entre Conrado e Patrizia: foi por isso que eles se escolheram um ao outro. Conrado tinha necessidade de uma mulher frágil e bonita, que não pretendesse demasiado espaço para si e sobre a qual ele pudesse exercer o seu domínio. A insegurança de Patrizia, por outro lado, levou-a a procurar um homem do qual pudesse depender. Porém, agora que começou a crescer e pede para não ser apenas uma menina a proteger, mas também uma mulher e uma mãe, choca com a resistência á mudança, inata no companheiro. Com efeito, Conrado mostra-se relutante em abandonar um comportamento que tem as suas raízes na abastança e no modelo da família de origem. O crescimento da companheira apanhou-o desprevenido: perante o risco de perder a sua» presa», aceitou o casamento, mas não a mudança de regras
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