a coragem de mudar de willy pasini e donata francescatoXXI
Coisas lidas
SE O DOENTE É ELE
Alma e Leo têm cinquenta e cinco anos, estão casados há trinta anos e não conseguem divorciar-se, embora já tenham dado inicio ás formalidades para a separação, pelo menos, duas vezes. Em ambas as ocasiões acabaram por desistir, porque nenhum dos dois estava em condições de enfrentar e gerir a solidão. Continuam portanto juntos, não por escolha, mas por uma espécie de necessidade. Neste momento empenham-se numa dura luta de poder, no qual Leo se «treina» para levar Alma ao tapete com criticas contínuas.
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Alma, pelo contrário, tem um grande desejo de ternura. É esta uma das razoes por que já nem sequer se encontram na cama, e não fazem amor há meses.
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Leo lamentava se desde há anos de que a mulher era demasiado «cinzenta», quando o que ele queria era ter uma cortesã em casa. Alma, por seu turno, talvez por uma reacção á traição, mudou entretanto: veste-se de um modo diferente, emagreceu e cortou o cabelo mais airosamente. Tem um estilo mais dinâmico e diz sentir-se melhor. E o marido, em vez de apreciar esta mudança, fica dominado por incontroláveis ataques de ciúmes, convencido de que ela anda á procura de um amante.
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Mas dado que os filhos já são crescidos, e que o seu modo de convivência é, sem duvida, prejudicial a Alma, não se pode excluir que ela se decida por uma separação -libertação. Quebrar um casamento pode ser arrasador, ou simplesmente triste, mas, por vezes, como na política; subtrair-se ao jugo do tirano permite recomeçar a viver.