E o stress chega…
Coisas Escritas
Implacável vai invadindo a nossa vida sem cerimónia.
Depois da paixão ele vem, parecendo bem mais forte e impiedoso
Instala-se….
E de manhã acordo com ele. E acordo, não porque faça barulho, mas porque sinto a violência da sua presença…no meu respirar ansioso…a agua que ouço cair no duche...uma pressa que me faz saltar da cama muito antes do que quero e preciso. Ninguém mais parece sentir lhe a presença. Só a mim me perturba, só a mim me faz mal. Esta consciência da sua presença perturba me de tal forma que, fico num estado de desânimo tão grande, que chego a pensar que a vida não vale a pena. Tudo é rápido e ansioso. O telefonema a meio da manhã e que se repete durante a tarde já automatizado pelo stress no meio de nós, implacável, insensível, presente. E de repente a discussão parece querer montar arraias. A decência que nos obriga a conter decibéis num local publico. Este estado de banho-maria que parecemos suportar tão bem! Acaba por explodir dentro da “protecção “ que a nossa casa tão bem nos dá. Já nem os filhos são agora, impedimento para dizermos, um ao outro, as maiores barbaridades. Chegamos ao limite do suportável.
Dou-me conta que mais uma vez o stress venceu. E eu, que parecia não o ter e a ele ficar imune, apercebo-me que também eu, não consegui resistir-lhe e a ele sucumbi.
É como uma praga. Instala-se, contagia, contamina, corrói, destrói e no fim…arrota-nos…desalmados.
E quando a noite chega e o silêncio e a solidão me invadem, aqui sozinha na sala, vou apanhando os restos do que sobrou de mim, tentando fazer um puzzle parecido comigo.
A.S 17/04/2001 Torreira