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Arvore De Letras

Coisas lidas,ouvidas,cantadas, declamadas,faladas,escritas

Arvore De Letras

Coisas lidas,ouvidas,cantadas, declamadas,faladas,escritas

29
Abr11

Quem te fez nascer Portugal?!

AnnaTree

 

 

Coisas declamadas

 

Quem te fez nascer Portugal?!

Quem te fez nascer Portugal

País ímpar, sem haver igual

País de um âmago profundo,

Apanágio de ser integral

Completo, pleno, total

Não há assim outro no mundo!

Raízes perdidas na história

Ou felizes, mantidas em memória

Sustentam a nobre identidade,

E fazem rumar à vitória

Alcançar a eterna glória

Abraçar a modernidade!

Quem te fez nascer tão perfeito

Teve esse refinado jeito

Te deu tamanho equilíbrio!?

Mesmo com um ou outro defeito

Até nisso tens o conceito

Do que é alcançar o idílio!

Quem te fez nascer junto ao mar

Continente e oceano, a separar

Preciosidade que em si encerra,

Países inteiros a representar

Num mapa todos a englobar

— És tu o centro da terra!

Não há país outro no mundo

Tão pequeno e tão fecundo

Disso tenho a eu certeza,

Nas palavras em que me afundo

É por elas também que difundo

A nobre Língua Portuguesa

É esse o império afinal

Herdado do poder temporal

Esse é o que tem mais valor,

Nos define como ser cultural

Estejamos, seja qual o local

Nos une como une o amor

E em todo o mundo onde houver gente

Um português estará sempre presente

Que coisa mais fenomenal!

Seja natural ou seja descendente

O importante é se ele sente

Que também faz nascer Portugal!

Respeitar os valores humanos

Mais profundos que os oceanos

Portugal, é a tua missão,

Sobrepor-te a bens mundanos

Honrar os povos lusitanos

Ser exemplo, a seguir, a lição!

Que se eleve a civilizada bandeira

De verde, esperança primeira

Que se eleve com o encarnado,

Pela paz, justiça verdadeira

Pela vida, na terra inteira

Que se eleve sempre e em todo

Quem te fez nascer Portugal

Sabia aquilo que fez:

— Que o Homem só é imortal

Obrando com altivez!...

— E isso seria o sinal

Que guiaria qualquer Português!...

Desconheço autor

27
Abr11

Geração á rasca III

AnnaTree

Coisas mailadas

 

 

A geração dos meus pais não foi uma geração à rasca.
Foi uma geração com capacidade para se desenrascar.
Numa terriola do Minho as condições de vida não eram as melhores.
Mas o meu pai António não ficou de braços cruzados à espera do Estado ou de quem quer que fosse para se desenrascar.
Veio para Lisboa, aos 14 anos, onde um seu irmão, um pouco mais velho, o Artur, já se encontrava.
Mais tarde veio o Joaquim, o irmão mais novo.
Apenas sabendo tratar da terra e do pastoreio, perdidos na grande e desconhecida Lisboa, lançaram-se à vida.
Porque recusaram ser uma geração à rasca fizeram uma coisa muito simples.
Foram trabalhar.

Não havia condições para fazerem o que sabiam e gostavam.
Não ficaram à espera.
Foram taberneiros.
Foram carvoeiros.
Fizeram milhares de bolas de carvão e serviram milhares de copos de vinho ao balcão.
Foram simples empregados de tasca.
Mas pouparam.
E quando surgiu a oportunidade estabeleceram-se como comerciantes no ramo.
Cada um à sua maneira foram-se desenrascando.
Porque sempre assumiram as suas vidas pelas suas próprias mãos.
Porque sempre acreditaram neles próprios.

E nós, eu e os meus primos, nunca passámos por necessidades básicas.
Nós, eu e os meus primos, sempre tivemos a possibilidade de acesso ao ensino e à formação como ferramentas para o futuro.
Uns aproveitaram melhor, outros nem tanto, mas todos tiveram as condições que necessitaram.
E é este o exemplo de vida que, ainda hoje, com 60 anos, me norteia e me conduz.

Salvaguardadas as diferenças dos tempos mantenho este espírito.
Não preciso das ajudas do Estado.
Porque o meu pai e tios também não precisaram e desenrascaram-se.
Não preciso das ajudas da família que também têm as suas próprias vidas.
Não preciso das ajudas dos vizinhos e amigos.
Porque o meu pai e tios também não precisaram e desenrascaram-se.

Preciso de mim.
Só de mim.
E, por isso, não sou, nunca fui, de qualquer geração à rasca.
Porque me desenrasco.
Porque sempre me desenrasquei.

O mal desta auto-intitulada geração à rasca é a incapacidade que revelam.
Habituados, mal habituados, a terem tudo de mão beijada.
Habituados, mal habituados, a não precisarem de lutar por nada porque tudo lhes foi sendo oferecido.
Habituados, mal habituados, a pensarem que lhes bastaria um canudo de um qualquer curso dito superior para terem garantida a eterna e fácil prosperidade.
Sentem-se desiludidos.

E a culpa desta desilusão é dos "papás" que os convenceram que a vida é um mar de rosas.
Mas não é.
É altura de aprenderem a ser humildes.
É altura de fazerem opções.
Podem ser "encanudados" de qualquer curso mas não encontram emprego "digno".
Podem ser "encanudados" de qualquer curso mas não conseguem ganhar o dinheiro que possa sustentar, de imediato, a vida que os acostumaram a pensar ser facilmente conseguida.
Experimentem dar tempo ao tempo, e entretanto, deitem a mão a qualquer coisa.
Mexam-se.
Trabalhem.
Ganhem dinheiro.

Na loja do Shopping.
Porque não ?
Aaaahhh porque é Doutor...
Doutor em loja de Shopping não dá status social.
Pois não.
Mas dá algum dinheiro.
E logo chegará o tempo em que irão encontrar o tal e ambicionado emprego "digno".
O tal que dá status.

O meu pai e tios fizeram bolas de carvão e venderam copos de vinho.
Eu, que sou Informático, System Engineer, em alturas de aperto, vendi bolos, calças de ganga, trabalhei em cafés, etc.
E garanto-vos que sou hoje muito melhor e mais reconhecido socialmente do que se sempre tivesse tido a papinha toda feita.

Geração à rasca ?
Vão trabalhar que isso passa..

21
Abr11

UMA MULHER NÃO CHORA DE RITA FERRO

AnnaTree

Coisas Lidas

 

O homem ideal

Ele chega a minha casa, ocupa 2 mm da minha mesa-de-cabeceira com as chaves e o isqueiro, pousa o estojo de barbear em vinte centímetros da cómoda, e depois enche a casa toda com a sua voz, as suas lágrimas, as suas declarações e eu sinto que vou morrer se o perder.

(...)

Eu vou para a casa de banho, vê-lo a lavar os dentes, vê-lo a olhar-se ao espelho, e sinto-me de repente sinto-me uma desgraçada, não sei explicar, mas dói tanto a possibilidade de o perder um dia. Quando se vai embora e me diz o último adeus, quando depois disso me fala do carro seis ou sete vezes seguidas para me dizer: «adoro-te» quando ainda me faz o último telefonema surpresa directamente para a cama e me acorda, para desligar a seguir, eu sinto que morro porque naquele dia eu não vou vê-lo mais e porque durante a noite ele pode morrer!

Encontrei um homem! Um homem! Pela primeira vez na minha vida encontrei um homem, um homem que faz chichi na casa de banho como se fosse um cavalo e que depois, de noite, se enrosca em mim como um gato e chora só da possibilidade de me perder

Eu que sempre achei as lágrimas de um homem a manifestação suprema da virilidade

Lágrimas verdadeiras de água e cloreto de sódio a correrem pela cara abaixo, de quatro em quatro!

Um verdadeiro homem que me beija as mãos e os pés com devoção, um homem que me ouve a fazer festas no cabelo, um homem que. Eu adoro-o. Adoro-o e fico aqui numa moléstia a olhar para o telefone, uma coisa que me transcende, que me rouba as forças; o telefone passou a ser tudo. A minha cama é dele, o meu corpo é dele a minha vida é dele e se me perguntassem se eu queria viver sem ele ou morrer daqui a oito dias com ele eu preferia morrer daqui a oito dias!

(...)

A minha filha sou eu, num tempo muito atrás, a lembrar-me a beleza perdida e a beleza a resgatar se deus me der forças. O respeito que tenho por ela, planetário, e o respeito que ainda tenho por mime por isso adoro-a tudo o que tinha de puro e verdadeiro está nela, ainda incólume, como um espólio selado. A sua honestidade, nunca corrompida, a sua pureza, nunca profanada, tinham sido eu e eram ainda eu, se algo me restasse.

(...)

O garanhão atrai as mulheres mas é o sensível quem as conserva

(...)

 Uma mulher pode não ser para um homem grande espingarda, mas oferece-lhe segurança. Segurança para viver ao lado dele até morrer e ainda tratá-lo na velhice

(...) Vais obrigá-lo a revelar-se, a dizer-te o que deves decidir, a odiá-lo! Pára com isso! Os homens deixam-se no limiar de uma boa recordação e nunca depois. Não te maltrates por favor!

(...)

Levei os primeiros dez anos de vida a ouvir o que os meus pais diziam, dez outros a prende-lo, dez seguintes a descobrir as coisas por mim própria e mais dez a errar constantemente, e chegava a altura de capitalizar as perdas e os ganhos a favor de mim mesma e dos que me tinham aturado.

(...)

Quando lhe fiz a proverbial pergunta sobre o seu estado civil, ele respondeu:

-          Sou tudo

-          - Tudo? – Estranhei

-          - Sim disse ele depende de si

-          - Sou solteiro por enquanto, mas posso ser casado se você me quiser, separado se você me abandonar e viúvo se você morrer

 

(...)

Afinal o sexo é assim mesmo, quando é pouco e fraco sonhamo-lo doido, quando é muito e bom nem nos lembramos dele.

18
Abr11

A casais monteiro, podendo servir de epitafio

AnnaTree

 

O que dói não é um álamo.

Não é a neve nem a raiz

da alegria apodrecendo nas colinas.

O que dói

 

não é sequer o brilho de um pulso

ter cessado,

e a música, que trazia

às vezes um suspiro, outras um barco.

 

O que dói é saber.

O que dói

é a pátria, que nos divide e mata

antes de se morrer.

 

Setembro, 1972

Eugenio de Andrade

14
Abr11

O PRESIDENTE DO TRIBUNAL POR PAULO COELHO

AnnaTree

Coisas Lidas

 

Li a seguinte notícia no jornal espanhol La Vanguardia.

«O presidente do tribunal. José Maria Pijuan, devia averiguar qual das versões de estupro oferecidas pela vítima, a menina J., de 11 anos, era a mais próxima da realidade. Os advogados que assistiam ao interrogatório não acreditavam que ela conseguisse evitar as contradições no seu depoimento.

Em certo momento, o juiz fez uma pergunta de carácter quase filosóficos o que é a verdade? É aquilo que você imagina ou o que lhe pediram que contasse?»

«A verdade é o mal que me fizeram.»

O advogado Jufresa, jurista de reconhecido prestígio, disse que esta foi uma das definições mais brilhantes que escutou em toda a sua carreira.»

 

Lido revista caras

 

13
Abr11

Jack Kerouac- American Haiku

AnnaTree


 

O haiku deriva duma forma anterior de poesia, em voga no Japão entre os séculos IX e XII, designada por tanka; tinha 5 versos, de 5 e 7 sílabas, que tratavam temas religiosos ou ligados à corte.

Bashô Matsuo (1644–1694), considerado o primeiro e maior poeta japonês de haiku, nasceu samurai e adoptou a simplicidade tanto na vida como na criação poética.

 

Enriqueceu o haiku, superando a artificialidade de poetas anteriores e tornando-o artistica e socialmente aceite. A par de poemas de carácter lúdico, começou a valorizar o papel do pensamento no haiku, imprimindo-lhe o espírito do budismo zen.

 

Versátil, os seus poemas sugeriam os mais variados estados de espírito: humor, depressão, euforia, confusão,... permitindo uma consciência da grandiosidade da natureza ( física e humana ).

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