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Coisas Lidas
O sexo é também fonte de emoções e de sentimentos intensos e frequentemente ambíguos (...) além das funções tradicionais que se lhe atribuem (procriadora e erótica) existem outras.
- Para que servem os hábitos sexuais, para além de nos dar prazer e filhos?
Soporífero – Não se trata certamente de erotismo, mas talvez de uma questão higiênica. Tal como quando se lava os dentes.
Calmante – Entre as pessoas ansiosas, e entre os homens em particular, a sexualidade é muitas vezes utilizada para comprovar a sua própria eficiência.
Anti-depressivo – A sexualidade pode assumir o papel anti depressivo e preencher de tal forma um vazio afectivo tão bem como a sedução (...) esta mesma síndrome serve para explicar numerosos comportamentos sexuais cuja finalidade transcende a satisfação da necessidade erótica para preencher melhor as carências de afecto. O que se disse vale de uma forma especial para as personalidades com sensação de abandono, angustiadas pela solidão, em que a sexualidade genital serve para satisfazer a necessidade de contacto. (...) o caso de Myriam e Alan: ambos enveredaram por uma luta de poder cujo desfecho é incerto. Ambos utilizaram a sua relação como antidepressivo, procurando uma compensação, procurando assim sarar as feridas anteriores. Terminada a fase da cicatrização Myriam e Alan encontraram-se perante a necessidade de se escolherem novamente, desta vez não para compensar um vazio, mas sim por desejo.
Formador da identidade – Quem são? A sexualidade muitas vezes serve para responder a esta pergunta. Isto é, está mais ao serviço da identidade que do erotismo e isto acontece sobretudo durante a adolescência e a menopausa (andropausa). Mas os psicanalistas entrevêem a mesma finalidade na hiperactividade sexual (síndrome de D.Juan; no fundo, é justamente a dúvida que impele os playboy a uma continua comprovação).
Meio de comunicação – Há pessoas que depois das zangas se reconciliam na cama (...) a sexualidade dirige-se cada vez mais para a comunicação e cada vez menos para o erotismo. Antigamente comunicava-se para poder depois (raramente) fazer amor. Hoje faz-se amor para tentar comunicar.
Socializador – A função socializadora da sexualidade assume uma particular importância num momento em que entre os adolescentes se realizam cada vez menos os ritos iniciáticos (...) em substituição de festas e rituais talvez seja o sexo que, apesar da sida, marca agora o momento de acesso ao mundo adulto. Trata-se quase sempre de um passo enfrentado responsavelmente. Mas talvez se chegue ao sexo «para ir na corrente e fazer como os outros» (...) são muitos os adolescentes que enfrentam a «primeira vez» mais por espírito gregário que por opção consciente.
Instrumento de luta pelo poder –
Desafio geracional – De há vinte anos para cá, a sexualidade tem vindo a ser banalmente identificada com o refilão contra a autoridade da família e da sociedade burguesa. Trata-se de facto de uma tendênciaem declínio. Mas ainda hoje há quem viva o sexo como evasão, fuga ou revolta (...) o sexo é utilizado não só como forma de lançar a luta desafiando a família mas também como instrumento de luta étnica e de classe.
Objecto de troca –
Oportunidade de transferência – Os adultos tentam muitas vezes gerir a sexualidade dos filhos: e esta frequentemente serve mais para aqueles do que para quem a pratica.
Coisas Lidas
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São necessários pelo menos seis ingredientes para manter viva uma história de amor. Mas muitas perguntas ficam ainda sem resposta.
- O que é que se ama?
- Há aqueles que amam os objectos, os que amam os animais e os que amam as pessoas.
- Podemos também perguntar onde reside o amor: no coração, na cabeça ou no ventre? Ou nos três?
Coisas Lidas
O amor necessita de uma certa dose de generosidade. Desde que esta não se torne numa entrega estúpida e cega. Generosidade significa capacidade de amar o outro e a relação que com ele se estabelece. Generosidade quer dizer também gratuitidade. Os sentimentos não podem ser geridos como se gere um orçamento; nem sempre a disponibilidade dos esposos implica gratuitidade muitas vezes trata-se de um investimento. No campo afectivo não há credores e devedores: os créditos são sempre a fundo perdido. Para que o, investimento aconteça é necessário que pelo menos um dos dois enfrente algum risco afectivo, na esperança de que o outro faça a mesma coisa. Se, pelo contrário, os dois se fecharem em si próprios á espera, permanecerão sempre vazios e desconfiados. Até quando usam o mesmo apelido.
Coisas Lidas
Acontece por vezes que um casal continua unido apenas pelo o ódio comum em relação á sogra: e quando ela desaparece os dois entramem crise. Umacrise repentina inexplicável para os amigos do casal, cuja relação porventura já durava á trinta anos. Realmente os dois nunca se tinham amado ou talvez, nunca tivessem enfrentado a crise que os teria ajudado a crescer juntos.
Existe também quem tenha uma visão pessimista das relações duradouras e defenda que o amor é uma febre estranha que nasce com um arrepio e acaba com um bocejo.
Coisas Lidas
A relação emotiva (dado que renunciamos a chamá-la amor) para ser salvaguardada, deve conter alguns ingredientes indispensáveis:
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