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Arvore De Letras

Coisas lidas,ouvidas,cantadas, declamadas,faladas,escritas

Arvore De Letras

Coisas lidas,ouvidas,cantadas, declamadas,faladas,escritas

31
Mai12

MAR ME QUER MIA COUTO II

AnnaTree

Coisas Lidas

(…)

Alem disso, pensar traz muita pedra para o caminho. Por isso eu, um reformado do mar o que me resta fazer? Dispensado de pescar, me dispenso de pensar. Aprendi nos muitos anos de pescaria: o tempo anda por ondas. A gente tem é que ficar levezinho e sempre apanha boleia numa dessas onde ações.

(…)

Só depois de me retirar das pescarias é que dei por mim a encostar desejos na vizinha. Comecei por cartas, mensagens á distancia. A custa das minhas insistências namoradeiras, Luarmina já aprendera mil defesas. Ela sempre me desfazia os favores, negando-se

(…)

Minhas visitas são para lhe caçar um d descuido na existência, beliscar-lhe uma ternura. Só sonho sempre o mesmo: me embrulhar com ela, arrastado por essa grande onda que nos faz inexistir. Ela resiste, mas eu volto sempre ao lugar dela.

29
Mai12

MAR ME QUER MIA COUTO I

AnnaTree

Coisas Lidas


Deus é assunto delicado de pensar, faz conta um ovo; se apertarmos com força parte-se, se não seguramos bem caí. Dito do avo Celestiano

 

(…)

- Levanta, ó dono das preguiças.

É o mando da minha vizinha, a mulata dona Luarmina. Eu respondo:

- Preguiçoso? Eu ando é a embranquecer as palmas das mãos.

- Conversa de malandro…

- Sabe umas coisas, dona Luarmina? O trabalho é que escureceu o pobre do preto. E, afora isso, eu só presto é para viver…

28
Mai12

Retalhos da Vida de Um Médico - Ary dos Santos, Carlos do Carmo

AnnaTree
Terça-feira, 28 de Julho de 2009



Serras, veredas, atalhos,
Estradas e fragas de vento,
Onde se encontram retalhos
De vidas em sofrimento

Retalhos fundos nos rostos,
Mãos duras e retalhadas
Pelo suor do desgosto,
Retalha as caras fechadas

O caminho que seguiste,
Entre gente pobre e rude,
Muitas vezes tu abriste
Uma rosa de saúde


Cada história é um retalho
Cortado no coração
De um homem que no trabalho
Reparte a vida e o pão

As vidas que defendeste,
E o pão que repartiste,
São lágrimas que tu bebeste
Dos olhos de um povo triste

E depois de tanto mundo,
Retalhado de verdade,
Também tu chegaste ao fundo
Da doença da cidade

Da que não vem na sebenta,
Daquela que não se ensina,
Da pobreza que afugenta
Os barões da medicina

Tu sabes quanto fizeste,
A miséria não segura,
Nem mesmo quando lhe deste
A receita da ternura

 

25
Mai12

Ao Menino Marinheiro Dinis

AnnaTree

 

Coisas (re)escritas

 

 

Nasceu para marinheiro, o pequeno Dinis

 

É uma criança bonita de riso e natural.

 

Limpa o nariz ao braço direito,

 

Chapinha nas poças de água,

 

A mim ensinou-me tudo.

 

Ensinou-me a olhar para as coisas.

 

Aponta-me todas as coisas que há nas flores.

 

Mostra-me como as pedras são engraçadas

 

Quando a gente as tem na mão

 

E olha devagar para elas.

 

O Menino Dinis adormece nos meus braços

 

E eu levo-o ao colo para casa.

 

Ele é a Eterna Criança, o deus que faltava na minha vida

 

Ele é o humano que é natural.

 

Ele é o divino que sorri e que brinca.

 

E por isso é que eu o chamo de

 

Menino Marinheiro Dinis

 

Ele Dá-me uma mão a mim

 

E outra a tudo que existe

 

E assim vamos os três pelo caminho que houver,

 

Saltando e cantando e rindo

 

Depois ele adormece e eu deito-o.

 

Quando eu morrer, filhinho,

 

Seja eu a criança, o mais pequeno.

 

Pega-me tu ao colo

 

E leva-me para dentro da tua casa.

 

Despe o meu ser cansado e humano

 

E deita-me na tua cama.

 

E conta-me histórias, caso eu acorde,

 

Para eu tornar a adormecer.

 

E dá-me sonhos teus para eu brincar

 

Até que nasça qualquer dia

 

Que tu sabes qual é.

 

 

 

Baseado no poema de  Alberto Caeiro menino jesus

09
Mai12

À Carolina

AnnaTree

Coisas escritas


A Carolina fez-se flor

e foi entre...

... e por entre a mágoa de um AMOR AUSENTE veios de ternura brotaram contentes num cordão de vida que me foi prendendo


Então a Benção chegou no teu sorriso
e o momento foi tão belo e impreciso
que a noite suspirou...AMANHECENDO.


Pág. 1/2

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