COISAS LIDAS

(…)

O curioso, no campo da «administração da justiça» é o modo e meio como o «crime de língua» era considerado e, eventualmente punido.

Em Couto Esteves – hoje, na área do Vouga, Aveiro – foi encontrado á volta dos anos 30, do século passado, no remanescente de uma «capela» um objecto estranho, em ferro, simples, um rude exemplar do símbolo medieval da aplicação da justiça concelhia.

Trata-se nem mais, nem menos – do que um instrumento usado na punição de crimes, como o chamado «crime de língua».

Com ele se castigava esse ilícito, com todo o rigor.

O que se provou, acontecia, também, junto a Bragança.

Para a aplicação de penas aplicadas, por tal crime, verifica-se que a «peça» principal era um «freio», em ferro, com «língua» para a boca, «argola» para o queixo de baixo e «cambras» para o nariz.

Para além do freio, a peça tinha uma «cabeçada» com «sobretestas» para a cabeça, com fivelas para fechar por trás e «rédeas» com passador.

Com ele se castigavam as «mulheres bravas de condição e maldizentes», ou, outrem, cujo crime «proviesse de palavras».

A quando da aplicação das penas, os «freios» eram amarrados ao «pelourinho» da área de residência da ré, ali ficando a mesma exposta às vaias e escárnio da população.

A Pera da Angústia

COISAS LIDAS

Mesmo na noite mais triste

Em tempo de servidão

Há sempre alguém que resiste

Há sempre alguém que diz não

https://www.youtube.com/watch?v=66quTi26YLY

Pergunto ao vento que passa

Notícias do meu país

E o vento cala a desgraça

O vento nada me diz

É corajoso o pinheiro

Que não muda de cor

Sobre o peso da neve