A Letter From Fred - Uma Carta de Fred
https://vimeo.com/73529893
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COISAS LIDAS (…) Vinham vultos que a escuridão permitia com um devaneio, e a tirania das faces humanas tinha desaparecido. Dizia-o Baudelaire que já estava a viver endividado. E ia passando toda academia da França sem uniformes. Gerard de Nerval, Alexandre Dumas, Flaubert, Eugene Delacroix, Rimbaud. Tudo para o segundo piso alugado por Boissard, o pintor e músico. (…) Punham-se 3kg de haxixe numa panela com água suficiente para as folhas boiarem. Fervia-se bem e acrescenta-se 3 kg de manteiga, deixando-se em ebulição por 12 horas, e repondo a agua evaporada. A manteiga ia ganhando uma cor verdosa e ao esfriar viria boiar suculenta e resinosa, pronta para o Dawamesk que haveria de nascer de 500 g de açúcar e metade de mel mais umas 200 g de gordura anterior acompanhada de avelãs, amêndoas e pinhões, tudo ao fogão até se tornar em mescla homogénea. Era assim, com colheres de porcelana do Jajão provando sucessivas doses desta mistela que os Haschischins famosos, narinas dilatadas (…) abraçavam a alucinação. (…) E Baudelaire, com uma lucidez excepcional nele, ponderaria que «o haxixe não revela o homem mais do que ele é»
http://www.youtube.com/watch?v=QplBkNNacI0
COISAS LIDAS
(…) Contava-me coisas da sua vida de marinheiro. Queimado do sul do convés, dizia-me que tinha saudades do mar. “uma noite estava fardado de marinheiro em frente ao cinema Tivoli e vinha um eléctrico já para a recolha. Fiz sinal para abrandar mas o guarda freio ainda meteu mais dois pontos á velocidade . Passou-me uma coisa pela cabeça, atirei-me para o eléctrico e caí lá dentro. Enchi o peito de ar e fui andando devagar para o pé do guarda freio. Quando cheguei , ele ficou espantado de me ver ali. Pôs-se a guiar sem desviar os olhos da frente com medo de me encarar. Eu disse-lhe com uma voz calma:”então você julgava que eu não entrava no eléctrico? Não vê que sou marinheiro? Sou um homem superior” Depois dei-lhe duas palmadinhas nas costas:” Ou você julga que foram os gajos da Carris que descobriram o caminho marítimo para a India?” Desconheço o autor
https://youtu.be/U4gggZTAdSE
fotografia Sebastião Salgado COISAS LIDAS
(…) De dúvida em duvida, uma noite foi para trás da igreja. Contou-me:” voltei-me para Deus e chamei-lhe os nomes todos que sabia. Depois, pus as mãos a proteger a cabeça e ajeitei-me á espera que me desse , ao menos, um pontapé. Esperei, esperei, e não me fez nada. Foi quando cheguei á conclusão que Deus não existia…” mas porquê?, perguntei-lhe. “Porque ninguém que existisse se ficava com os nomes que eu lhe chamei!”
https://www.youtube.com/watch?v=RSaugshzywA
Este meu amigo de férias na Manta Rota, com três mil hectares de terrenozinho no Alentejo e o seu novo BM a brilhar no estacionamento da praia, pergunta-me o que será da agricultura portuguesa, maxime a alentejana, quando acabarem os subsídios da comunidade. Pois eu parece-me só que de facto isto a lavoura está má e que os apoios deveriam ser renegociados, senão qualquer dia ainda obrigam estes pobres agricultores a fazer agricultura, e não está certo. Publicada por Blogger à(s) 7/09/2003 06:40:00 da tardeHiperligações para esta mensagem http://umpoucomaisdesul.blogspot.pt/2003_07_01_archive.html
https://youtu.be/E5ZcSYnp5pc?list=PLceV314p1ZeJxXcMz8Z36Cua8DbuyO-NW
« Em miúdo, sempre que tinha um problema, sentia muita vergonha, um pudor quase estranho e, por isso, calava-me. O resultado é que cada um desses problemas se foi tornando uma espécie de segredo absoluto e ganhando uma dimensão insustentável. Até que um dia consegui partilhar. E aquilo que me parecia terrível, uma vez dito, já não me ameaçava tanto» Diogo Infante
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