José Tolentino de Mendonça
coisas lidas
Um necessário caminho é reconhecer que naqueles que nos ferem (ou feriram) há também bloqueios e mazelas. Se não nos amaram como desejávamos, não foi necessariamente por um ato deliberado, mas por uma história porventura ainda mais sufocante do que a nossa”, desenvolveu.
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D. José Tolentino Mendonça, que acompanha o movimento de casais há 28 anos, realçou que “as próprias crises fazem parte do percurso do amor” e, se trazem “turbulência e sofrimento”, também são “oportunidades para mergulhar mais profundamente na sua realidade”.
“O importante é não desanimar. O importante é não confundir a etapa com a totalidade do caminho”
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Todos precisamos de perdão. O perdão instala um corte positivo, interrompe a baba inútil de tristeza, esta maceração que nos faz infelizes e nos leva a esmagar os outros de infelicidade".
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Tão facilmente ficamos atolados em becos cegos, em círculos sem saída, reféns de uma amargura que cada vez mais vai sendo mais pesada e contamina inexoravelmente a vida. O ato de perdão é uma declaração unilateral de esperança. O perdão não é um acordo. (...) Perdoar é crer na possibilidade de transformação, a começar pela minha."
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José Tolentino Mendonça acrescenta ainda um pormenor, que tantas vezes é tudo menos pormenor: "muitas vezes aproveitamos a dor para nos instalarmos nela. Preferimos a esgravatar na ferida, a comer diariamente o pão velho da própria maldade em vez de termos sede de beleza, desejo de outra coisa.