Life saver, life killer
Coisas mailadas...
Life saver, life killer
A palavra stress é empregue na língua inglesa desde o século XVIII e significa aperto, revela Isabel Rodrigues. Porém, nunca como agora foi tão sentida e por gente, de todas as profissões e idades. O stress faz parte da vida, mas a forma como os executivos olham para os problemas causa maior ou menor equilíbrio, explica a especialista. José António de Sousa, administrador-delegado e CEO da Liberty Seguros, em Portugal, encara esta praga de forma positiva: A agitação, a aproximação de um deadline importante, um desafio eminente, um perigo, têm o condão de me pôr em alerta máximo e a dar o máximo. Dosear é a palavra certa. Isabel Rodrigues avisa que perante o elevado stress só a atitude pode fazer um executivo mudar. E a coragem de mudar a sua zona de conforto tem essa capacidade. Eu costumo dizer que o stress pode ser um life saver ou um life killer. Nunca podemos desrespeitar o nosso ritmo biológico. O corpo aguenta quase tudo, difícil é convencer a mente. Um dos testemunhos que incluiu na tese e que revelava um dos casos mais críticos, dizia: Não vale a pena viver, não aguento mais. Neste caso tratava-se de um executivo de alta direcção, na altura a trabalhar em Portugal e com carreira internacional. Palavras destas são desesperantes e assustadoras. Traduzem passar o risco. É como passar o semáforo amarelo na nossa zona de conforto. E entrar no survival mode é estar à beira do burn out, alerta esta especialista.
A sensação de frustração, a auto negação, a falta de optimismo e a agressividade e o chorar constantemente já querem dizer que se está a passar do sinal amarelo para o vermelho.
Maria da Glória Ribeiro, líder da Amrop em Portugal, empresa de headhunting, reconhece sinais de tensão nos executivos de topo com quem lida: O ritmo de vida, a agressividade e a concorrência, bem como a incapacidade para aceitar erros, mesmo que temporários, provoca stress. Irritabilidade, impaciência, falta de concentração são outras consequências visíveis e que, muitas vezes, afectam a equipa com que o líder se relaciona. É preciso dosear a adrenalina para que não nos destrave a língua e nos leve a dizer ou fazer coisas das quais depois nos arrependemos, recomenda do CEO da Liberty.