11
Fev08
Coisas que me mailaram
AnnaTree
O artigo de um juiz, publicado em jornal de grande circulação, é de Causar emoção nas almas mais insensíveis. Seu artigo diz o seguinte:
"Indaga-me, jovem amigo, se as sentenças podem ter alma e paixão. O esquema legal da sentença não proíbe que tenha alma, que nela Pulsem vida e emoção, conforme o caso. Na minha própria vida de juiz senti muitas vezes que era preciso Dar sangue e alma às sentenças. Como devolver, por exemplo, a liberdade a uma mulher grávida, presa Porque trazia consigo algumas gramas de maconha, sem penetrar na sua Sensibilidade, na sua condição de pessoa humana? Foi o que tentei fazer ao libertar Edna, uma pobre mulher que estava presa há oito meses, prestes a dar à luz, com o despacho que a seguir Transcrevo:
• A acusada é multiplicadamente marginalizada:
• Por ser mulher, numa sociedade machista...
• Por ser pobre, cujo latifúndio são os sete palmos de terra dos Versos imortais do poeta.
• Por ser prostituta, desconsiderada pelos homens, mas amada por um Nazareno que certa vez passou por este mundo.
• Por não ter saúde.
• Por estar grávida, santificada pelo feto que tem dentro de si.
Mulher diante da qual este juiz deveria se ajoelhar numa homenagem à Maternidade, porém que, na nossa estrutura social, em vez de estar recebendo Cuidados pré-natais, espera pelo filho na cadeia.
É uma dupla liberdade a que concedo neste despacho: liberdade para Edna e liberdade para o filho de Edna que, se do ventre da mãe puder ouvir o Som da palavra humana, sinta o calor e o amor da palavra que lhe dirijo, Para que venha a este mundo, com forças para lutar, sofrer e sobreviver. Quando tanta gente foge da maternidade...Quando pílulas anticoncepcionais, pagas por instituições estrangeiras, são distribuídas de graça e sem qualquer critério ao povo Brasileiro...Quando milhares de brasileiras, mesmo jovens e sem discernimento, São esterilizadas...Quando se deve afirmar ao mundo que os seres têm direito à vida, Que é preciso distribuir melhor os bens da terra e não reduzir os Comensais... Quando, por motivo de conforto ou até mesmo por motivos fúteis, Mulheres se privam de gerar, Edna engrandece hoje este fórum, com o feto que Traz dentro de si. Este juiz renegaria todo o seu credo, rasgaria todos os seus Princípios, trairia a memória de sua mãe, se permitisse sair Edna deste Fórum sob prisão. Saia livre, saia abençoada por deus...Saia com seu filho, traga seu filho à luz... Porque cada choro de uma criança que nasce é a esperança de um Mundo novo, mais fraterno, mais puro, e algum dia cristão... Expeça-se incontinenti o alvará de soltura."
O artigo vem assinado pelo meritíssimo juiz João Batista Herkenhoff, livre-docente da universidade federal do espírito santo.
Ao ouvir o despacho desse magistrado, a esperança de um mundo novo E justo se desdobra à nossa frente. Esperança de um dia as leis humanas se tornarem educativas e não Punitivas. Esperança de ver as sanções proporcionais às faltas cometidas. Esperança de, num julgamento, ser levado em conta o passado de cada Ser, sua infância, as possibilidades que teve de educação, de saúde, de.
Carinho, de afecto. Enfim, esperança de que a humanidade atente para as leis de deus e Nelas baseie as suas.
"Indaga-me, jovem amigo, se as sentenças podem ter alma e paixão. O esquema legal da sentença não proíbe que tenha alma, que nela Pulsem vida e emoção, conforme o caso. Na minha própria vida de juiz senti muitas vezes que era preciso Dar sangue e alma às sentenças. Como devolver, por exemplo, a liberdade a uma mulher grávida, presa Porque trazia consigo algumas gramas de maconha, sem penetrar na sua Sensibilidade, na sua condição de pessoa humana? Foi o que tentei fazer ao libertar Edna, uma pobre mulher que estava presa há oito meses, prestes a dar à luz, com o despacho que a seguir Transcrevo:
• A acusada é multiplicadamente marginalizada:
• Por ser mulher, numa sociedade machista...
• Por ser pobre, cujo latifúndio são os sete palmos de terra dos Versos imortais do poeta.
• Por ser prostituta, desconsiderada pelos homens, mas amada por um Nazareno que certa vez passou por este mundo.
• Por não ter saúde.
• Por estar grávida, santificada pelo feto que tem dentro de si.
Mulher diante da qual este juiz deveria se ajoelhar numa homenagem à Maternidade, porém que, na nossa estrutura social, em vez de estar recebendo Cuidados pré-natais, espera pelo filho na cadeia.
É uma dupla liberdade a que concedo neste despacho: liberdade para Edna e liberdade para o filho de Edna que, se do ventre da mãe puder ouvir o Som da palavra humana, sinta o calor e o amor da palavra que lhe dirijo, Para que venha a este mundo, com forças para lutar, sofrer e sobreviver. Quando tanta gente foge da maternidade...Quando pílulas anticoncepcionais, pagas por instituições estrangeiras, são distribuídas de graça e sem qualquer critério ao povo Brasileiro...Quando milhares de brasileiras, mesmo jovens e sem discernimento, São esterilizadas...Quando se deve afirmar ao mundo que os seres têm direito à vida, Que é preciso distribuir melhor os bens da terra e não reduzir os Comensais... Quando, por motivo de conforto ou até mesmo por motivos fúteis, Mulheres se privam de gerar, Edna engrandece hoje este fórum, com o feto que Traz dentro de si. Este juiz renegaria todo o seu credo, rasgaria todos os seus Princípios, trairia a memória de sua mãe, se permitisse sair Edna deste Fórum sob prisão. Saia livre, saia abençoada por deus...Saia com seu filho, traga seu filho à luz... Porque cada choro de uma criança que nasce é a esperança de um Mundo novo, mais fraterno, mais puro, e algum dia cristão... Expeça-se incontinenti o alvará de soltura."
O artigo vem assinado pelo meritíssimo juiz João Batista Herkenhoff, livre-docente da universidade federal do espírito santo.
Ao ouvir o despacho desse magistrado, a esperança de um mundo novo E justo se desdobra à nossa frente. Esperança de um dia as leis humanas se tornarem educativas e não Punitivas. Esperança de ver as sanções proporcionais às faltas cometidas. Esperança de, num julgamento, ser levado em conta o passado de cada Ser, sua infância, as possibilidades que teve de educação, de saúde, de.
Carinho, de afecto. Enfim, esperança de que a humanidade atente para as leis de deus e Nelas baseie as suas.