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Arvore De Letras

Coisas lidas,ouvidas,cantadas, declamadas,faladas,escritas

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27
Fev07

ler nas entrelinhas

AnnaTree

Coisas lidas


Não, por principio. As pessoas que dizem sempre que não a tudo e a todos revelam pouca alegria e, quase sempre, sinais depressivos. Quem não tem vontade de nada ou está convencido de que não vale a pena investir, arriscar e esperar, está a negar a sua própria existência.
Baixar os braços, não fazer projectos, não acreditar em si mesmo e nos outros e não mudar nada, porque nada fará realmente a diferença, é o mesmo que desistir. Estas pessoas têm pouco auto estima e acham que, por definição, nada na sua vida pode correr especialmente bem. Daí a desistência. Como interiormente não esperam nada ou temem sempre. Ou pior, preferem não tomar decisões e deixar o tempo passar. Na verdade passa-lhes quase tudo ao lado.
Não, por oposição. Sempre que alguém diz sim, o impulso imediato é contrariar e dizer não. Acontece a muitos ter esta tentação de se opor a tudo.
Opõem-se ás iniciativas dos outros; opõem-se ao bom humor dos que os rodeiam; opõem-se aos desejos e necessidades daqueles que dependem de si e opõem-se militantemente a tudo. Ou quase.
Poderíamos dizer que este comportamento se resume numa frase simples: oponho-me, logo existo. Na realidade este é o comportamento clássico entre os 18 meses e os dois anos, em que as crianças se opõem aos pais para de alguma forma, se autonomizarem. Quando a atitude perdura na idade adulta, é mau sinal. Quer dizer que estas pessoas têm sérias dificuldades com os seus desejos de autonomia e como não conseguiram afirmar-se de maneira positiva perante os pais, os professores e os amigos acabam por se proteger e autonomizar pela negativa. Usam o não como uma armadura. Não se deixam ferir mas ferem os outros.
[...]
sim, mas... adorava poder sair logo á noite, mas não sei se posso. Gostava de ler mais mas não consigo ter tempo. Vou arrumar os papéis mas não é hoje. Quero casar contigo mas tenho medo. Aposto em mm mas falta-me a confiança. Muitas pessoas que dizem sim, mas... denunciam uma tendência para se fazerem infelizes. Este sim, mas... quer dizer quase sempre que as pessoas não arriscam, não acreditam profundamente nas suas capacidades e preferem gerir, a frustração e contar sempre com dificuldades. Este desejo, inconsciente de se sentirem infelizes traduz um outro desejo, mais ou menos consciente, de mostrar a sua impotência perante as situações e de encontrar soluções para elas. Dizendo que sim, mas... estão sempre salvaguardadas aos seus próprios olhos mas... não aos dos outros.
[...]
sim, por constrangimento. Estes são aqueles que se sentem incapazes de dizer não e acabam por dizer sim mas, quase sempre, sem convicção. Contrariados, ainda por cima. Desconfortáveis interiormente com esta incapacidade de delimitar o seu território e facilmente irritados com os outros por se revelarem invasivos.
[...]
Oferecem-se para ajudar quando são elas que precisam de ajuda.
[...]
inspiradas pelo medo de magoar os outros, de parecer egoístas ou indisponíveis, estão presos a uma voz interior muito severa que as impede de agir e reagir em função dos seus verdadeiros interesses. Ajudam os outros mas desajudam-se a si mesmos.

Texto de Laurinda Alves. Verdades inspiradas num artigo da revista Psycologies de Março 2003 assinado por Isabelle Taubes

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