HISTORIA DE UMA OBSESSÃO DE ERICA JONG 2
(...)
Queridíssima,
Esta curta vida que nos foi dada pode ser passada em agonia ou em êxtase.
Dependendo da nossa perspectiva, a vida pode ser trágica, divertida ou maravilhosa.
Se fizermos uma análise das horas, o tempo fica ainda mais curto.
Das vinte e quatro horas de um dia, pelo menos um terço é passado a dormir. Dedicamos de três a seis horas á comida. Para nos arranjarmos lavarmo-nos e vestirmo-nos gastamos duas horas. Depois parece que perdemos cerca de uma hora (mais) indo de um sítio para o outro. Depois há o tempo gasto ao telefone (duas horas) a tomar decisões e a dar ordens aos empregados (uma hora). Ao longo do caminho, perdemos uma hora sem saber como. Isto deixa-nos três horas para trabalhar, escrever, fazer amor, exercício, rir, estar com a família, connosco próprios, explorar uma nova ideia (demos de comer ao cão e regamos as plantas?) rever os acontecimentos do dia, etc.
E vamos gastar essas preciosas três horas por dia preocupamo-nos ou receando o pior? Peguemos nessas três horas e façamos um pequeno planeamento. Três horas vezes 365 dias do ano são 1095 horas. Bom, quantos anos de vida nos restam? Talvez quarenta! Por isso, multiplicamos isto vezes quarenta e ficamos com 43.800.Dividimos pelas 24 horas do dia e dá 1825, que dividimos por 365 dias num ano e ficamos com cinco.
São cinco anos. Cinco anos acordado, cinco anos consciente, cinco curtos anos em quarenta que estaremos juntos.
Oh, minha querida, quero passar toda a eternidade contigo não cinco anos!