o virus por cidalia
COISAS LIDAS
(…) Durante anos vivendo uma relação estável joguei confortavelmente não saindo de casa, mas o jogo da sedução tem regras. Uma delas é saber que quem queima vai ser queimado. (…) Quando me separei para viver o meu jogo, seduzida que estava, deparei-me pela primeira vez com o fracasso. Eu julgava ter o meu apaixonado “na mão”, mas ele sem rodeios, deu-me com os pés. Ainda bem, penso eu agora, e não é uma saída airosa para a desgraça passada. O rapaz serviu só para eu me lançar no mercado e, nunca seria bom companheiro (nem amante) para mim. Ainda há dias dizia a uma amiga desgostosa com o amor: porque é que havemos de olhar para o fim das relações como o início de qualquer outra coisa significativa nas nossas vidas? Porque é que o fim tem de ser sempre a desgraça, a fossa, o abismo? Se acabou, não era um sinal de que tinha de se andar noutra direcção?