Pensageiro Frequente de Mia Couto
COISAS LIDAS
(…)
Olhei a cidade e ela, pela primeira vez,me pareceu pequena. Como poderia ser grande um lugar se nele não cabia o amor de dois anónimos adolescentes?
Até áquela tarde eu era apenas uma menina capaz de sonhar vidas e viver sonhos.
Naquele momento creio ter entendido: a cidade não é um lugar. É a moldura de uma vida, um chão para a memória.(…) a cidade em que nasci estava destinada a nascer de mim. Um arame invisível nos prendia os pulsos, a mim e à minha terra natal.
In Pensageiro Frequente de Mia Couto
FOTOGRAFIA DE NUNO PIMENTA VIA FB